Pregação meditada diante do Santíssimo Sacramento
Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo
Por Pe. Antonio Rivero, L.C.
SãO PAULO, 03 de Maio de 2013 (Zenit.org) - Uma breve introdução ...
O pregador tem que ter claro o que irá transmitir (objetivo) e o porquê (finalidade). Senão, em vez de ser uma ponte entre o texto bíblico e a situação do ouvinte, a sua pregação será como uma encruzilhada de caminhos sem indicadores de direção.
Quem prega a esmo desperdiça sua energia e suas forças, e, ao longo do tempo, não conquistará seus ouvintes. Mas se indica qual é a sua intenção e pode mostrar também caminhos de como quer chegar ali, a pregação recebe uma clareza de objetivos e uma tensão.
Se não se tem em consideração esses objetivos, o pregador dará sermões, ou seja, exigirá e chamará a atenção, mas não pregará. Isso desanima os ouvintes, e não deixa ver o caráter gozoso da Boa Nova do Evangelho. Este objetivo tem que estar bem claro desde a introdução ou exórdio, e pode-se unir ao que os clássicos chamavam “proposição”, quando o pregador propõe os pontos desse discurso ou dessa homilia.
Depois de enunciar a finalidade ou objetivo, podem-se formular os problemas, resistências ou objeções dos ouvintes com relação a essa verdade que estou propondo. Depois disso, o pregador já está preparado para o seu discurso ou homilia, iluminando essas situações e problemas com a luz do Evangelho. A missão do pregador não é tanto dar uma solução a um problema ou situação do ouvinte quanto iluminar essa situação a partir do Evangelho e da vivência de Jesus, oferecendo ao coração e à vontade dos ouvintes um leque de possibilidades.
E agora sim, continuemos com os vários tipos de pregação sagrada. Hoje veremos uma meditação evangélica diante do Santíssimo Sacramento exposto para a nossa adoração. O sacerdote pode dirigí-la, o diácono, uma religiosa ou qualquer leigo.
PREGAÇÃO MEDITADA DIANTE DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
Primeiro, o que é uma meditação diante de Cristo Eucaristia, solenemente exposto, e a finalidade da mesma? É uma reflexão evangélica ou bíblica dirigida ao contato íntimo com Deus, aí presente na custódia, para falar com ele, e assim deixar que Deus vá nos transformando interiormente ou melhorando algum aspecto da nossa vida espiritual.
Em segundo lugar, quais são as qualidades desta meditação? Parte-se de um texto bíblico, do qual extraímos uma única idéia ou tema. Desenvolvemos essa idéia em dois ou três aspectos lógicos e estruturados, suculentos e íntimos. Essas idéias devem ser expressas em linguagem espiritual, íntima, mas sempre com convicção e sentido. Idéias que discretamente toquem a vida dou ouvintes no seu dia a dia. Idéias apoiadas com alguma citação de um Santo Padre que comente esse aspecto. Deve-se evitar diante de Cristo as piadas ou fazer os ouvintes rirem, porque não é o lugar nem o momento.
Em terceiro lugar, aqui está um possível modelo de ideias para uma meditação diante de Cristo. Por exemplo, meditemos no cego Bartimeu (Marcos 10, 46-52). Uma única idéia: vejamos hoje o processo ou passos da visão de fé neste cego. Aqui estão os três aspectos dessa ideia: Primeiro passo, aproxima-se de Cristo com esperança. Segundo passo, grita com a oração humilde. Terceiro passo, aceita de Cristo o remédio para a sua cura com a sua obediência. Resultado: ficou curado. Nós também precisamos da cura dos nossos olhos interiores para poder ver a mão de Deus na nossa vida. São Jerônimo no fala o seguinte quando comenta esta passagem evangélica...
O artigo anterior pode ser lido clicando aqui.
Padre Antonio Rivero tem licenciatura e doutorado em Teologia Espiritual pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum em Roma. Atualmente exerce seu ministério sacerdotal como professor de teologia e oratória, e diretor espiritual no Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil.