Pregação ou palestra apologética

29-04-2013 22:46

 

Pregação ou palestra apologética
Como melhorar a pregação sagrada: coluna do Pe. Antonio Rivero, L.C., professor de Teologia e Oratória no seminário Mater Ecclesiae de São Paulo

Por Pe. Antonio Rivero, L.C.

SãO PAULO, 26 de Abril de 2013 (Zenit.org) - Vamos resumir um pouco os quatro tipos de palestras ou discursos explicados até agora e que normalmente utilizamos no nosso ministério sacerdotal, diaconal ou como catequistas.

Em primeiro lugar, o discurso explicativo destinado à mente do ouvinte, no qual se explica ordenadamente as verdades da fé.

Em segundo lugar, o discurso persuasivo direcionado à vontade do ouvinte, no qual se dá motivos mais do que fortes para que ele decida a fazer o que proponho.

Em terceiro lugar, o discurso emotivo direcionado à sensibilidade e à emoção, no qual tenta-se comover o coração frente à uma verdade.

E em quarto lugar, o discurso demonstrativo dirigido à razão, no qual se dará provas filosóficas, teológicas e científicas para demonstrar uma verdade de fé, de razão ou de ciência.

Pregação ou palestra apologética

Agora, darei um passo a mais na explicação dos vários tipos de pregação que faremos. Vamos explicar o que é um tema apologético.

Em primeiro lugar, o que é e qual é a finalidade da apologética? A apologética é a parte da teologia que procura explicar o que acreditamos e fazemos como católicos e, também, expõe os erros para proteger a integridade da fé. Com esse tema apologético pretendemos defender a própria fé diante de muitos incrédulos e agnósticos que negam ou atacam essa verdade bíblica, teológica, moral, filosófica ou científica. Pretendemos também defender essa fé diante de quem nos pede razões dela. Não é somente mostrar o erro dos céticos e hereges, mas especialmente trazê-los à luz de Cristo para que assim, abram-se à salvação. Não obrigo ninguém, simplesmente proponho-lhes esta verdade e a defendo.

Em segundo lugar, quais são as qualidades ao dar um tema apologético?

Os argumentos devem ser retirados da filosofia, teologia, dogma, ciência e da experiência.

Esses argumentos devem ser especificados com  ordem e estrutura, com força e convicção, agilidade e ironia. E sempre em diálogo com o ouvinte que está presente aí. Temos que tê-lo em brasas todo o tempo.

Mas também expressando tudo com mansidão e bondade, sem ser rude, agressivo, furioso e desrespeitoso.

Alguns dos temas mais típicos da apologética são estes: a Igreja não é santa, as riquezas da Igreja, os Evangelhos são autênticos ou não, o celibato dos padres, a Igreja Católica é a verdadeira Igreja fundada por Cristo, a Igreja apoia a ciência, a ideologia de gênero não é moralmente aceitável, mulheres sacerdotes: sim ou não, todas as religiões são iguais ou não, e mil e outros temas ...

Em terceiro lugar, aqui está um exemplo de um tema apologético. Tema: quero defender o celibato dos padres. Em primeiro lugar, Sr. X, você não sabe que o celibato é um dom de Deus que o dá a quem ele quiser...? E agora é a hora de explicar esse dom do celibato com argumentos teológicos, bíblicos e da Tradição da Igreja. Emsegundo lugar, Sra. X, você queria que os padres fossem casados porque não entendia o celibato, saiba que além de ser um dom de Deus é também uma opção desse homem escolhido por Deus que sente esse chamado de ser sacerdote. Ninguém obriga o sacerdote a ser célibe. Terceiro, você jovem que me perguntou sobre o motivo do celibato, saiba que é muito oportuno viver assim como célibe para que esse sacerdote esteja disponível 24 horas, assim como Cristo que viveu célibe toda a sua vida; o sacerdote é outro Cristo. Portanto, é lógico que o padre viva como Cristo. A Igreja católica nos confirma nestes documentos que o sacerdote católico tem que abraçar livremente o carisma do celibato:“sacerdotalis coelibatus” do Papa Paulo VI... Santo Tomas de Aquino faz essa bonita comparação para explicar o carisma do celibato. Deus dará as forças para que esses sacerdotes sejam fieis a esse dom e mistério do celibato.

Padre Antonio Rivero tem licenciatura e doutorado em Teologia Espiritual pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum em Roma. Atualmente exerce seu ministério sacerdotal como professor de teologia e oratória, e diretor espiritual no Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil.